quinta-feira, 1 de outubro de 2020

FILARIOSE - A CONHECIDA ELEFANTÍASE

 

Olá, amigos!
Hoje no blog nós vamos falar de Parasitose causada por Helmintos.

 

Imagem: https://www.facebook.com/biologiajubilut/posts/1994792887269729/

 

Aprenderemos um pouco mais sobre a Filariose, conhecida popularmente por elefantíase. A Filariose linfática é uma infecção causada pelos parasitas nematódeos (vermes cilíndricos). Os agentes etiológicos são Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, sendo endêmica principalmente em países da Ásia e África. Focos localizados da infecção são encontrados também na América do Sul, América Central, algumas ilhas do Caribe e grande parte das ilhas do Pacífico (OMS, 1988).

Como se “pega” essa doença?

O vetor (transmissor) é um mosquito do gênero Culex e o homem é o único reservatório.

Nas Américas, a doença é causada somente pela Wuchereria bancrofti, um nematódeo que vive nos vasos linfáticos dos indivíduos infectados. É conhecida também como Filariose de Bancrofti ou elefantíase, devido a uma das manifestações na fase crônica, que ocasiona o aumento excessivo do órgão afetado, similar a uma pata de elefante.


Imagem: https://www.todamateria.com.br/filariose

Quais os sintomas da doença?

Podem existir indivíduos assintomáticos. Os casos sintomáticos apresentam os seguintes sintomas: febre recorrente aguda, astenia(fraqueza), dores musculares, fotofobia (sensibilidade à luz), urticárias (irritações na pele), pericardite, cefaleia, infecção dos gânglios linfáticos. Em casos mais graves os indivíduos apresentam hidrocele (acúmulo de água nos testículos), quiluria (aparecimento de gordura na urina), aumento exagerado de membros (daí o nome elefantíase), mamas, órgãos genitais e asma.

Imagem: https://sites.google.com/site/infectologiafilariose/o-que-e-filariose/manifestacoes-clinicas 

E o tratamento?

Feito com vermífugo por um curto período de tempo, a depender da evolução do paciente. As drogas mais utilizadas são: Dietilcarbamazina (DEC) e Ivermectina (IVM), ou uma associação de ambas.


Prevenir é melhor que remediar!

Apesar de não existirem medidas altamente eficientes para prevenir a doença, algumas medidas podem ser tomadas para amenizar o contágio. Uma das medidas de controle adotadas é a redução do mosquito vetor, através de biocidas, instalação de mosquiteiros cortinas impregnadas com inseticidas para limitar o contato entre o vetor e o homem; utilização de inseticidas no interior das residências; informar às comunidades das áreas afetadas, sobre a doença e as medidas que podem ser adotadas para sua redução/eliminação; identificação dos criadouros potenciais; e tratamento em massa para as populações humanas que residem nos focos.

 

Devido às suas características epidemiológicas, a FL é uma das doenças com potencial para eliminação. Desde 2013, o Brasil está seguindo a metodologia definida pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/OMS para comprovação da interrupção da transmissão de Filariose  nas áreas submetidas à estratégia de tratamento coletivo, denominada TAS (Transmission Assessment Survey). A previsão é que, no Brasil, o TAS seja finalizado em 2020 e, após essa etapa, será elaborado o dossiê que subsidiará a certificação de interrupção da transmissão.

 

 

 

 

Bibliografia:


Filariose. Disponível em http://www.fiocruz.br/bibmang/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=94&sid=106

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância em saúde no Brasil 2003|2019: da criação da Secretaria de Vigilância em Saúde aos dias atuais. Bol Epidemiol [Internet]. 2019 set [data da citação]; 50(n.esp.):1-154. Disponível em: http://www.saude.gov.br/boletins-epidemiologicos


quinta-feira, 12 de março de 2020

Breve história da LIBRAS e sua importância para os profissionais da educação


- O que mudou na comunicação ao longo do tempo?

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Para cada coisa que precisamos, temos que usar a comunicação para conseguir ter. Foi assim desde o princípio e já antes da criação do alfabeto e da escrita, o homem se comunicava.

Na pré-história, utilizava-se as mãos para se comunicar, com gestos demonstrativos do que se queria falar. Segundo Vygotsky (1987) apud Reily (2004, p. 113) “os homens pré-históricos trocaram a comunicação gestual pela comunicação oral, pela palavra, quando começaram a utilizar ferramentas; trabalhando com as mãos ocupadas, precisaram inventar uma alternativa para dialogar.”

Tempo depois, o alfabeto foi criado e a comunicação oral foi sendo implementada aos poucos. Então, a comunicação por gestos foi deixada mais para quem não conseguia falar ou ouvir.
Somente a partir  de 1760 que a educação para os surdos conquistou um espaço na sociedade, através do professor alemão Samuel Heinicke, que criou uma máquina para ensinar os surdos a “falar”.

- Como a Língua de Sinais chegou ao Brasil?  


Dom Pedro II viajou para a França e lá conheceu L’Épée, que trabalhava no Instituto de Surdos de Paris e decidiu convidá-lo ao Brasil juntamente com o professor Hernest Huert. No ano de 1857, Hernest Huet fundou o Instituto Imperial dos Surdos-Mudos, hoje  Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES).
Assim, com a inclusão e os direitos dos surdos no Brasil e o reconhecimento da LIBRAS como segunda língua oficial do país, é necessário que se invista em formação continuada dos profissionais da educação como um todo para atender a comunidade surda, para que os profissionais estejam preparados e conseguir ter uma comunicação efetiva. Muito se tem evoluído, mas ainda há muito que fazer para termos, de fato, uma educação inclusiva.

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REFERÊNCIAS:

REILY, L. Escola inclusiva: Linguagem e mediação. São Paulo: Papirus, 2004.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

NÃO SE COMOVA COM O CHORO DELE(A), POIS SÃO LÁGRIMAS DE CROCODILO!!!!


Com certeza já ouvimos falar disso quando alguém não tem emoções verdadeiras ou parece ter emoções falsas e o comparamos com o crocodilo, pois segundo os ditos populares, ele “chora” enquanto devora a sua vítima violentamente.


Mas é isso é #fato ou é mais um #boato? Na matéria de hoje você vai saber tudinho...




Diz-se que uma pessoa tem “lágrimas de crocodilo” quando esta é fingida ou tem um choro falso. Contudo, isso tem um pouco de verdade, mas não é bem o que parece. Reza a lenda que antigamente, às margens do rio Nilo, os crocodilos choravam e emitiam ruídos para despertar a piedade das pessoas (tipo cachorrinho chorando mesmo), então quando os curiosos se aproximavam eram devorados violentamente. Mas essa lenda é bem cara de mito da idade média mesmo, a mais parecida com a realidade é outra lenda medieval na qual diz que os crocodilos choravam após devorar sua presa.



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Bom, mas é hora de desmistificar as lendas. Os crocodilos não choram ao devorar sua presa para demonstrar uma emoção falsa, na verdade eles tem tem o cérebro tão complexo assim a ponto de demonstrar emoções que não sejam as de reflexo de luta e fuga para caçar, mas,  existe sim a liberação de fluídos lacrimais dos olhos dos crocodilos, pois os olhos deles, assim como os nossos, precisam de hidratação e possuem glândulas lacrimais para esse fim. Segundo o biólogo Flávio de Barros Molina, chefe do Setor de Répteis da Fundação Parque Zoológico, em São Paulo, “os crocodilos não choram, mas, como têm os olhos sempre bem lubrificados, podem dar a impressão de lacrimejar”, afirma.


Mas seria falsa a impressão de que o crocodilo realmente chora ao devorar uma presa?

                               😒🔍📖


Talvez não! O que acontece é que ao devorar uma presa maior, o crocodilo precisa abrir demais suas mandíbulas e ao tentar quebrar essa presa em pedaços menores para que seja digerida, ele acaba pressionando a glândula lacrimal que fica bem próxima ao palato  e este é um tanto maleável e algumas presas serem bem grandes ou mesmo ter partes muito rígidas, como o casco de uma tartaruga, por exemplo, acaba por fazer o crocodilo chorar sem querer. Mas agora sabemos que não é um choro emocional e sim involuntário, ativado pela pressão exercida em uma glândula anatomicamente vizinha da sua enorme e temida boca.


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Para fazermos uma comparação com as lágrimas dos crocodilos, vamos prestar atenção da próxima vez que bocejarmos. Repare que seus olhos lacrimejam mesmo que você não esteja triste, ou seja, você também chora sem estar emocionado de verdade. Isso acontece também pelo movimento facial que é feito quando bocejamos, pois neste momento a gente abre bem mais a boca do que de costume e isso acaba por fazer uma leve pressão sobre as glândulas lacrimais, e se você reparar ainda melhor vai ver que até as glândulas salivares são afetadas e por um momento você vai ter uma maior produção de saliva.


Que feio, além de chorar de mentirinha ainda fica com a boca cheia d’água sem sentir o cheiro de comida? No quesito falsidade você vence o crocodilo, hein?



Tired Yawn GIF - Tired Yawn Boring GIFs


Então, esqueça as emoções envolvidas no “choro” do crocodilo, pois agora você sabe que tudo isso não passa do resultado de certos movimentos combinados com a nossa própria anatomia e fisiologia.


Até a próxima matéria!!


sexta-feira, 10 de maio de 2019

Meu sentimento no estágio - Professor de Primeira Viagem


Todo “professor de primeira viagem” sonha em entrar na sala de aula, conhecer seus alunos, planejar e  ministrar suas aulas. Bem, essa é a parte mais fácil, mas nosso sentimento em relação a isso fica à flor da pele quando estamos no Estágio Supervisionado.  Nessa fase, nós podemos ser professores e fazer tudo aquilo que nos preparamos para tal. Pensando em dividir essa experiência, registrei alguns desses momentos enquanto estive na escola:


1. Antes de ser qualquer coisa, o estágio é AMIZADE! 💕 💞


Sim, durante o período que você passa na escola você conhece muita gente e muita gente conhece você, e o melhor: Tem gente de várias áreas diferentes pra dividir um bom café da tarde e as melhores histórias de professor (e não de pescador, né 😁).  Nos dias de planejamento, geralmente todo mundo se juntava pra trocar ideias. Um verdadeiro Crossing over  entre os estagiários da Biologia e da Química. E isso não é tudo, a gente vira amigo do porteiro, da merendeira, da secretária, da coordenadora, a gente acampa no laboratório de informática e acaba conhecendo a moça de lá também. Os alunos também viram nossos amigos, nos chamam pelo nome (às vezes vem acompanhado de “tia” antes dele 😍) e aí nos damos conta que é muito importante para nós enquanto professores estabelecer laços de amizade nas escolas que lecionamos. É claro que quando a gente vai embora nosso orientador que nos recebeu e nos acompanhou na escola chora horrores, mas já tem um grupão no Whatsapp com todo  mundo junto e misturado ainda dividindo as histórias de pescador, quis dizer, professor. 

#amizade #unidospeloensinar 
👏


2.  Você se IMPRESSIONA com os alunos a cada aula! 😲😮



Bem, nem tudo são flores quando se trata de uma turma de adolescentes com os hormônios fervendo, mas a verdade é que eles sempre têm algo a te surpreender na aula. Nessa foto eu estava lecionando no que chamam de “pior turma da escola”: O conhecido 7º ano da tarde. Já entrei naquela tremida leve, achando eu não ia conseguir (era uma das primeiras vezes que entrei em sala), mas aí eu consegui ... E tem mais: Eu não só consegui dar minha aula exatamente como havia planejado como também consegui que eles (todos eles) se apresentassem em equipes na frente da sala. O que eu senti? O que todo bom professor sentiria no meu lugar: Orgulho de seus alunos. Ensinar é maravilhoso, olhinhos curiosos te seguindo na sala e braços levantados pra perguntar é empolgante, mas ver seus alunos na frente da sala, contando para todos o que acabou de aprender e fantástico e gratificante. No estágio temos dessas sensações também, assim como temos situações diferentes e é assim que aprendemos a lidar com nossa profissão: Exercendo-a!

#aprendertambéméensinar #alunostambémensinam

3.  Você nunca vai se sentir tão professor quanto se sente agora! 📖👓😊



É fato que o estágio tá aí é pra isso mesmo, pra te fazer professor, ou ao menos te dar uma palinha do que é ser um. Então, nesse momento um turbilhão de sentimentos toma conta de você: Medo, ansiedade, nervosismo, dúvida, mas também você vai se achar como nunca se achou na vida, e sim, estou falando de orgulho, de se gabar mesmo. Parece até que uma luz no fim do túnel aparece e você só pensa em ser professor agora. Você nunca mais vai deixar de procurar vídeos no youtube sobre experimentos para serem feitos em sala, animações relacionadas ao conteúdo e nunca mais vai ter um pendrive só com as suas coisas nele, sempre vai ter aquela pastinha secreta que guarda conteúdos didáticos para suas aulas. No estágio, o contato com os outros professores da escola, as regras, o cronograma, o diário, as notas e também as provas me fizeram “reconhecer terreno” e entender um pouco mais de como é a vida na escola de verdade e tudo isso trouxe algo muito importante pra minha carreira: PROFISSIONALISMO.
#professoraporamor #professorando


4.    Você vai ter sede por coisas novas na sua aula! 🔎🔬💡






Depois que um estagiário passa pelo estágio e o estágio passa pelo estagiário não tem outra saída: Coisas novas são parte de você agora, acostume-se.
Durante as aulas que você ministra, todo mundo te enxerga com alguém totalmente novo e isso inclui você parecer uma caixinha de inovações ambulante. Os gestores esperam algo novo, o professor espera algo novo, mas o mais importante nessa história é que os alunos querem algo novo, você traz expectativas e você tem que superá-las.
Então você não dorme, não come e não faz nada até encontrar um jeito perfeito de dar aquela aula, e quando você chega, explica o que é e os alunos começam a gritar de empolgados, então seu dia de estágio está mais que ganho. Nesse momento você percebe que conseguiu ser professor, fez o que devia fazer e mudou de alguma forma o dia daqueles alunos através de um jogo, um vídeo, ou mesmo uma dança igual essa que eu fiz em uma turma. Os alunos aprenderam sobre sistema respiratório e cardiovascular dançando! Eles se divertiram, nem perceberam que aprenderam e eu adorei!
#issonãoéaulaéumshow #aprenderdançando
👍😝


💥 No estágio você percebe que muitos desafios existirão, mas nenhum deles supera o seu preparo para isso e tão pouco a sua vontade de ser o professor que você gostaria de ser. 

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)

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Hoje vamos conversar sobre algo que nos interessa e muito: Educação!


Sabemos que a educação é um direito de todos, garantido por lei. Esta dever ser de qualidade e igualdade para todos. Mas nem sempre é o que ocorre, pois vivemos em um país misto em suas culturas, regiões, e distribuição de renda.

Existem lugares que possuem escolas com bons índices, boas estruturas e estão sempre na linha de frente do modelo de educação. Geralmente é uma guerra, literalmente, para conseguir uma vaga nessa escola, pois todos querem garantir que seu filho estude na melhor escola da região. O que faz as diferenças nas escolas? O que faz suas semelhanças?

Bom, para iniciarmos nossa conversa, devemos entender que nenhuma escola é igual a outra, mas todas possuem algo em comum. Não é igual porque os investimentos que uma recebe, nem todas recebem o mesmo. Os projetos que umas realizam, nem todas o fazem da mesma forma, e isso se deve ao seu Projeto Político-Pedagógico (PPP). Simplificando: PPP é a identidade da escola, a maneira como ela decide fazer a gestão da sua instituição, as suas políticas internas, suas qualidades, diferenciais, sua maneira de “ser escola”. Cada escola tem o seu PPP, por isso cada uma tem seu jeito de fazer a coisa acontecer. Mas porque toda escola ensina Biologia e Física como disciplinas separadas a partir do ensino médio? Porque toda escola trabalha com disciplinas similares, a mesma metodologia de avaliação, porque temos um padrão nas escolas? Isso já é questão de organização, de normas e regras para se cumprir. Esses padrões são estabelecidos pela Base Nacional Comum Curricular e Parâmetros Curriculares Nacionais.

Imaginemos que cada escola, após elaborar seu Projeto Político-Pedagógico, fosse livre para fazer o que bem entender? Os alunos iriam se perder em meio a tanta desordem. Se alguém mudasse de escola? Teria que se adaptar ao PPP da nova escola em poucos dias, levando em conta que o aluno está na 4ª série do ensino fundamental, na escola antiga ele ainda estava aprendendo Português e Matemática básica, mas na nova escola, na 4ª série os alunos já são capazes de redigir um texto de 20 linhas com parágrafos e fazem contas de multiplicação e divisão sem nenhuma dificuldade. Seria um tanto complicado, tanto para os professores quanto para os próprios alunos, que sentiriam essa mudança como um choque de realidade toda vez que mudasse de escola. Daí em diante, começaria um efeito dominó e teríamos maiores índices de evasão, repetentes, desistentes e algumas escolas teriam muita procura e pouca oferta e outras teriam pouca procura e muita oferta. Superlotação de salas atrapalha o rendimento da aula, bem como algumas escolas teriam que fechar as portas por falta de aluno.

Pensando em todas essas possibilidades, um documento chamado Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi criado, com intuito de universalizar a educação, estabelecendo parâmetros essenciais e indispensáveis para a melhoria da educação brasileira.

  • O que é BNCC?


É um documento que sistematiza o conteúdo que será trabalhado ano a ano na educação básica, ou seja, o que os alunos daquela determinada série deverão aprender em sala de aula durante o ano letivo. Esses parâmetros são determinados independentemente do local onde moram e da escola que estudam, incluindo escolas da rede pública e particular de ensino, abrangendo desde a educação infantil até o ensino médio.

Tudo que está incluso no documento é definido de forma colaborativa e democrática, contando com atualização de versões sempre que necessário. Importante ressaltar que a BNCC orienta sobre o que ensinar, e não como ensinar, portanto, cada escola pode se flexibilizar de acordo com seu PPP. Porém, seguir este documento será obrigatório em todos os currículos das escolas públicas e particulares do país, bem como, todos os materiais didáticos devem ser modificados para se adequar à Base a partir do vigor da sua implementação.  

Podemos concluir que a BNCC estabelece parâmetros nacionais para igualar a educação e anular a desigualdade existente no nosso pais, ou seja, uma criança de 3ª série de uma escola pública deve aprender a mesma coisa que uma criança da 3ª série da escola particular. Na teoria isso funciona, mas na prática sabemos que não é bem assim, porém, dessa forma é possível reduzir significativamente as diferenças existentes relacionadas ao conteúdo abordado em cada série e em todas as escolas do país.

  • O que é PCN?


 Basicamente, os Parâmetros Curriculares Nacionais têm a mesma influência que a BNCC sobre o sistema de ensino, ou seja, atribui referências de qualidade para a educação, só que de maneira mais específica e por área de conhecimento.

 O PCN foi elaborado visando reduzir o índice de evasão e aumentar a satisfação do aluno com o trabalho realizado pela escola e com o objetivo de melhorar a qualidade de ensino. Um diferencial é que não possuem obrigatoriedade e podem ser flexíveis de acordo com a localidade da escola que o segue. Na realidade, PCN funciona como uma referência para a elaboração dos currículos escolares, apontando o que seria o mínimo e o máximo de conteúdo para serem ministrados por disciplina e garantir assim uma educação de eficiência e de igualdade de privilégios para todos, independentemente do seu estado, tipo de escola, classe social e outros divisores sociais a mais.

Segundo os próprios PCN, seu objetivo principal é de:
 [...] compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças sociais, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito (BRASIL, 1997a, p. 7).

Agora que entendemos o que são e quais os objetivos gerais desses parâmetros nacionais de educação, podemos fazer uma análise crítica sobre os mesmos. Afinal, é bom ou não é para a nossa educação?

A ideia de uma Base curricular é contraditória, pois o Brasil não tem infraestrutura suficiente para tal, porque as escolas são desiguais, desde o salário dos servidores até a estrutura física da escola e os equipamentos utilizados nela. Uma grande crítica à BNCC surge no ensino médio, já que nessa etapa, o conteúdo é voltado principalmente para vestibulares de ingresso na faculdade, então, educadores temem que esse parâmetro da BNCC seja um nível abaixo do esperado para ter bons rendimentos nos exames. Os PCN não seguem o mesmo caminho de críticas devido a sua flexibilidade e não obrigatoriedade.

Entrando em um âmbito mais particular da minha realidade, após vermos os cenários prós e contras, analisando a aplicabilidade da BNCC no município de Maracanaú, podemos concluir que é um processo benéfico. Em Maracanaú as escolas são similares em estruturas e gestão, apenas com algumas particularidades. O PCN pode ser conversado e negociado de acordo com a realidade de cada escola. Em relação a BNCC, é benéfica para o município no sentido de garantir que todos os alunos atinjam os mesmos objetivos que serão comuns aquela faixa etária/série, mas não há como estipular esses objetivos sem antes fazer um estudo a fundo de como se dará esse processo, já que mudanças como essas podem não ser bem aceitas e acabar prejudicando os envolvidos por não conseguirem se adaptar.

Parece simples dizer o que tem que fazer para os professores e eles farão em sala de aula. Assim, da noite para o dia. Só parece, mas não é. Há todo um planejamento e uma reflexão sobre como ensinar melhor as crianças e prepara-las para o ensino médio que, por sua vez, irá trabalhar conteúdos muito específicos para conseguir passar o maior número de alunos em universidades. Para isso, o trabalho tem que começar desde cedo, lá no início do ensino fundamental. Frente a esse cenário, onde o currículo é tão importante para se dar bem em exames, provas, vestibulares e na vida, a BNCC tem sua importância indiscutível, principalmente para garantir que não haja diferenças gritantes entre um aluno de escola pública e um aluno de escola particular. Até porque seria injusto um aluno que nasceu com poucas condições ser impedido de melhorar de vida por falta de oportunidade e essa oportunidade vai faltar quando ele não conseguir alcançar a nota de corte do vestibular porque este tem um nível muito avançado para os conhecimentos dele e geralmente a turma fecha com alunos oriundos da rede particular de ensino porque estes estão bem preparados e foram treinados anos para gabaritar aquela prova. Tudo isso é currículo, é preparo, é o que foi visto em sala de aula desde o começo e é isso que a BNCC procura garantir: igualdade de oportunidades.

Claro que é um projeto que tem que ser cuidadosamente aplicado para que não haja tanta euforia e insegurança por parte de alunos e educadores. Todos estes precisam estar cientes da importância desses parâmetros de qualidade e saber que todo esforço será bem recompensado quando um aluno de escola pública estudar na mesma turma de graduação que um aluno da escola particular mais cara da cidade. E isso só se dará quando todos tiverem oportunidades iguais e garantidas. Tudo depende da forma como é apresentado, como é imposto para cada um. Não adianta escrever um livro de teorias e não conseguir passá-lo para a prática.

Ainda há muito o que melhorar na educação brasileira, e o primeiro passo é apostarmos na BNCC e nos PCN, colaborarmos com a mudança na educação, começando nas nossas escolas, de aluno por aluno, professor por professor, até conseguirmos atingir o objetivo principal de todas essas especulações na educação. Cabe a nós, participarmos ativamente deste processo, sem deixar que o medo do novo possa vir a afligir as expectativas.


Referências:
Debates em Educação - ISSN 2175-6600 Maceió, Vol. 6, n. 12, Jul./Dez. 2014



quarta-feira, 6 de junho de 2018

Tremores de terra no Ceará chegam a alcançar 3,0 de magnitude na escala Richter



Mas... Você sabe porque a Terra treme? E o que tem no Ceará que faz ela tremer? É isso que vamos saber no nosso post de hoje!


Que a Terra originou-se há bilhões de anos, isso nós sabemos e também que os continentes existentes nela são sustentados pelas chamadas placas tectônicas e apesar do planeta parecer perfeito, ele tem alguns defeitos que chamamos de falhas geológicas.

Você sabe como surgiram as placas tectônicas e como a Terra se dividiu nos continentes que temos hoje?

Pois bem, os cientistas acreditam que a terra foi formada a partir de uma grande explosão de energia que aconteceu no universo, o Big Bang. Todo o sistema solar teve início após essa explosão e após isso, a Terra era como uma bola brilhante de fogo e depois foi se resfriando. 
Planeta Terra após o Big Bang

“Durante o processo de fusão dos materiais que formaram a Terra, os elementos mais densos e pesados (sobretudo o ferro e o níquel) deslocaram-se para as camadas mais profundas, enquanto os mais leves e menos densos ficaram próximos à superfície. ” (SILVA, 2013, p. 95)

No início, não havia a separação de continentes como temos hoje, então milhões de anos se passaram e as placas tectônicas começaram a se mover e dividir o único continente até então existente em várias partes. Hoje temos as 12 principais placas tectônicas, que são: Placa Eurasiática, Placa Indo-Australiana, Placa Filipina, Placa dos Cocos, Placa do Pacífico, Placa Norte-Americana, Placa Arábica, Placa de Nazca, Placa Sul-Americana, Placa Africana, Placa Antártica e Placa Caribeana. Essas placas se ainda se movimentam, deslizam e se chocam umas com as outras, gerando os tão temidos terremotos, tsunamis, maremotos, dentre outros eventos.
Formação dos continentes

Os terremotos podem acontecer devido a falhas geológicas ou pelo choque de placas tectônicas e para se medir o abalo e força dos terremotos, é utilizado uma escala conhecida como escala Richter que mede a magnitude deles, indo de 0 a 10.

Choque de placas tectônicas, originando um terremoto.

Em outubro de 2016, foi registrado um tremor de terra no Ceará, mais especificamente nos municípios  de Orós e Iguatu, no Centro-Sul do estado que chegou a medir 3,0 de magnitude na escala Richter. Uma intensidade como a desse tremor não é tão grave e não causa grandes problemas para as cidades atingidas, mas é o suficiente causar pânico para os moradores das regiões afetadas.

A maioria dos tremores são percebidos em maior intensidade em locais com falhas geológicas e também onde exista o encontro de duas placas tectônicas. Apesar de o Brasil estar situado no centro da placa sul-Americana, ainda sim, existem falhas ou desgastes de placa que ocasionam essa instabilidade e provocam uma leve movimentação gerando o tremor, mas sendo este diferente de tremores que ocorrem no Japão ou Estados Unidos.

Existem ainda, tremores que não são originados em terras brasileiras, mas podem ser sentidos em algumas cidades, como por exemplo, os tremores que acontecem na Bolívia, onde recentemente, em 2018 aconteceu um tremor que foi sentido nos estados São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio grande do Sul. 

Apesar de no Ceará haver pequenos tremores, devido a essa série de características do território brasileiro, um tremor em específico entrou para a história do estado e ficou conhecido como terremoto de Pacajus. Registrado em 20 de novembro de 1980, o tremor atingiu 5,2 de magnitude e foi considerado o maior tremor das regiões norte e nordeste, onde 488 casas foram danificadas.

Casas afetadas pelo abalo sísmico de Pacajus, em 1980.

Apesar de ser um abalo grande em comparação aos já registrados, os tremores de terra que temos aqui no Brasil, não ultrapassam médias já registradas em outros países que têm ocorrências mais requentes desses abalos.

Francisco Brandão, chefe do núcleo de sismologia da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Ceará (CEDEC), dá uma explicação sobre o caso: “Nós estamos no centro das placas tectônicas sul-americanas. O Japão é diferente. Ele está na borda da placa, ou seja, é uma questão de localização. Na borda, o que acontece são placas se chocando. No choque, acontecem os maiores tremores. Ao passo que, no centro, as magnitudes são menores. O centro é um reflexo do que acontece na ponta, que aí são formadas as falhas geológicas no interior. Existem várias placas tectônicas na Terra. Somente no território japonês são quatro placas se chocando umas com as outras. Lá é esperado um tremor de terra jamais visto. Tanto lá como nos Estados Unidos, na área da Califórnia, acima de 9,5 na escala Richter”.

Apesar de causarem susto e pânico, agora entendemos que nossa região não favorece o acontecimento de grandes tremores de terra. Mas é sempre bom ficar ligado no que rola por aí pra não ser pego de surpresa! 


Veja esse vídeo e entenda melhor sobre o processo de formação dos terremotos:





REFERÊNCIAS


terça-feira, 10 de outubro de 2017

Bioluminescência

A luz é sem dúvida essencial para muitas atividades que realizamos. Sabe aquela luz que ilumina os cômodos da sua casa à noite? ela não é natural, e sim, uma transformação de energia elétrica em energia luminosa. Mas existe na natureza a produção de “luz natural”, ou você acha mesmo que os vaga-lumes andam para cima e para baixo com um abajur no traseiro acendendo e apagando? Pois saiba que a luz emitida pelo vaga-lume é resultado de uma reação química produzida no seu próprio corpo. Os cientistas denominam esse processo natural de bioluminescência. E é sobre ela que nós vamos falar um pouco hoje.
Fonte:  https://idreamofbiochemistry.wordpress.com/2013/04/04/you-light-up-my-life-luciferase/

A reação química que acontece no corpo do vaga-lume é chamada de oxidação biológica.  O oxigênio é essencial para esse processo, além de uma espécie de combustível chamado luciferina uma enzima para catalizar a reação chamada luciferase e o ativador da reação, ATP. Quando o inseto respira, o oxigênio é enviado para células especiais chamadas fotócitos, então a enzima luciferase ativa a luciferina com com a energia do ATP e em seguida  o oxigênio é inserido para  oxidar a molécula de luciferina produzindo uma molécula de oxiluciferina no estado fluorescente. Pronto, o vaga-lume está com o traseiro brilhante!
Veja mais sobre a bioluminescência no vagalume

A bioluminescência também está presente em alguns fungos, em águas-vivas, peixes, dentre outros. Os estudos desenvolvidos nessa área têm tido recentes descobertas.
Veja o artigo na íntegra
Estudos sobre bioluminescência iluminam o caminho para novos tratamentos de doenças